O Cuiabá divulgou nesta semana seu balanço financeiro mais recente, revelando detalhes importantes sobre como o clube atravessou um ano marcado pelo rebaixamento no Brasileirão. Apesar das perdas significativas em bilheteria e nas cotas de TV, reflexo direto da queda para a Série B, o Dourado conseguiu manter suas contas no azul, impulsionado principalmente pelo aumento expressivo nas vendas de atletas e pelo crescimento no setor de patrocínios.
O resultado: um lucro recorde de R$ 64 milhões, crescimento de 73% em relação ao ano anterior, além de um faturamento bruto que coloca o clube à frente de equipes tradicionais da elite nacional, como Juventude e Mirassol.
🟡 Queda drástica nas cotas de TV impacta receita do Cuiabá
O balanço patrimonial de 2024 do Cuiabá revelou uma queda preocupante nas receitas provenientes de direitos de transmissão. Em 2023, o clube havia recebido R$ 103,5 milhões de cotas televisivas. No entanto, em 2024, esse valor despencou quase pela metade, fechando o ano em R$ 56 milhões.
Esse tombo ocorreu no contexto de um ano esportivo desastroso: o Dourado terminou a Série A do Brasileirão na última colocação, com apenas 30 pontos conquistados, o que selou seu rebaixamento à segunda divisão. Sem a exposição e os contratos robustos da elite, o clube já projetava ajustes no orçamento.
A queda reforça o desafio financeiro que clubes enfrentam quando descem de divisão, obrigando-os a encontrar novas fontes de receita para manter a estrutura competitiva.
🟡 Público menor derruba bilheteria: Cuiabá perde R$ 7 milhões
Outro baque importante nas finanças do Cuiabá em 2024 veio das bilheteiras. O clube, que havia arrecadado R$ 20 milhões com venda de ingressos em 2023, fechou o último ano com apenas R$ 13 milhões nessa área.
O desempenho ruim em campo e o afastamento do torcedor — efeito direto do rebaixamento — resultaram nessa redução expressiva. Ainda assim, a diretoria trabalha para recuperar a confiança da torcida e aumentar o engajamento através de programas como o sócio-torcedor, que rendeu modestos R$ 1,6 milhão no último balanço.
🟡Lucro líquido dispara 73% e bate recorde histórico no Cuiabá
Mesmo com quedas importantes em cotas de TV e bilheteria, o Cuiabá registrou em 2024 o maior lucro líquido de sua história: R$ 64,7 milhões, um salto impressionante de 73% em comparação aos R$ 37 milhões obtidos em 2023.
Esse resultado mostra a eficiência da gestão financeira e a capacidade do clube de se adaptar a cenários adversos, especialmente impulsionado por movimentações estratégicas no mercado de transferências.
🟡Vendas de atletas salvam orçamento do Cuiabá pós-rebaixamento
O grande destaque financeiro de 2024 foram as receitas geradas com vendas de atletas. O Cuiabá arrecadou expressivos R$ 114,4 milhões em direitos econômicos, puxados pelas negociações de Rikelme, lateral-esquerdo vendido ao Shabab Al-Ahli por R$ 18,5 milhões, e do atacante Isidro Pitta, que se transferiu ao Red Bull Bragantino por R$ 31 milhões.
Essas transações ajudaram a manter o clube financeiramente saudável mesmo com o impacto do rebaixamento, mostrando que a aposta na valorização e venda de jogadores foi essencial no planejamento estratégico.
🟡 Patrocínios sobem, mas Cuiabá ainda busca patrocinador master
O setor de patrocínios apresentou crescimento significativo no Cuiabá em 2024. Segundo o balanço financeiro, os contratos saltaram de R$ 14,5 milhões em 2023 para R$ 20,3 milhões no último ano, representando 9,31% da receita bruta do clube.
Apesar do avanço, a diretoria segue em busca de um patrocinador master para ampliar ainda mais as receitas e reforçar o caixa na temporada da Série B. Em entrevista ao programa Conexão Poder, dirigentes do Dourado demonstraram confiança no andamento das negociações, mas reforçaram a necessidade de cautela.
“Não está difícil, temos negociações em andamento”, afirmou um dos dirigentes. “Temos que ir com calma. Precisamos escolher bem e escolher empresas que estejam no nível das empresas que já estão com a gente.”
🟡 Faturamento de Série B, orçamento de Série A: Cuiabá supera Juventude e Mirassol
Mesmo rebaixado, o Cuiabá segue faturando mais que clubes consolidados na Série A. De acordo com levantamento do Lance!, o Dourado encerrou o ano com R$ 164 milhões em receita — superando o Juventude (R$ 103,46 milhões) e o Mirassol (R$ 101,59 milhões), ambos integrantes da elite nacional.
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