Foi breve, e foi duro. O Cruzeiro entrou na Sul-Americana como quem sonha com um novo começo, mas tropeçou em cada passo, até que a realidade o alcançasse com força. A eliminação veio nesta quarta-feira (7), com um empate amargo diante do Mushuc Runa, no alto dos Andes equatorianos. Um a um no placar, e o fim de uma caminhada que nunca começou de verdade.
Não faltaram tentativas, mas sobrou desencontro. A camisa pesada pesou no campo leve da altitude, e o Cruzeiro, tantas vezes gigante, se viu pequeno diante de um grupo que parecia acessível. Um ponto em quatro jogos. Campanha que não permite desculpas, nem adiamentos. O time que se formava, que parecia se encontrar no Brasileiro, se perdeu nas noites continentais. E a América ficou para depois.
Dói porque é precoce. Dói porque veio sem que o torcedor pudesse ao menos sonhar com algo mais. O gol de Orejuela, para o time equatoriano, foi como um balde de gelo nos planos que ainda resistiam. O empate com Lautaro Díaz renovou o fôlego por alguns minutos, mas não foi o bastante para esconder a matemática: a conta não fecha. E já não há o que buscar no torneio.
O Cruzeiro agora segue. Resta o Brasileiro, resta o que for possível reconstruir com os cacos dessa queda. Porque, se há algo que o torcedor aprendeu nos últimos anos, é que o fundo do poço tem camadas. E escapar delas é sempre mais difícil do que parece.
E assim, mais uma estrela se apaga no céu da Sul-Americana. Justo o Cruzeiro, que leva as estrelas até no nome, volta para casa com a sensação de ter perdido não só um jogo ou uma vaga, mas um brilho que poderia reacender sua trajetória no continente. Ainda há um escudo a ser honrado, uma camisa a ser vestida com dignidade, e uma constelação inteira esperando o retorno da luz.
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