Ser são-paulina é recordar, a cada instante, uma era de vitórias inesquecíveis. Um tempo em que os grandes ídolos jogavam por amor ao clube, defendendo o Tricolor com unhas e dentes, como se o escudo fosse uma joia rara, intocável.
O Morumbi parecia um templo sagrado, onde a magia do futebol se manifestava em sua forma mais pura. Quem teve o privilégio de assistir ao São Paulo na era Telê Santana carrega na memória as lembranças mais gloriosas. Sob o comando do mestre, o clube conquistou seus principais títulos, feitos que mais tarde inspirariam Muricy Ramalho, um legítimo herdeiro dessa filosofia vencedora.
O São Paulo Futebol Clube viveu tempos em que foi considerado o mais moderno do país. Um futebol de vanguarda, apoiado em uma estrutura exemplar e pioneira até na psicologia esportiva. Os jogadores tinham dedicação e entrega, deixavam o sangue em campo por cada vitória. A torcida, fiel e apaixonada, permanece presente até hoje,embora cansada das más gestões que transformaram um gigante em sombra do que já foi. Até as promessas da base, antes vistas como a esperança do futuro, hoje parecem sufocadas por um elenco desorganizado e uma administração perdida.
Não se pode mais culpar apenas o treinador. A responsabilidade é coletiva. Faltam ao São Paulo jogadores com alma tricolor, daqueles que chamam a responsabilidade e enfrentam as crises de frente. Falta também uma diretoria que reconheça os próprios erros ou tenha a humildade de dar lugar a quem realmente possa reconstruir o clube.
Os atletas que carregaram a filosofia de Telê e Muricy são eternos ídolos, nomes que fazem parte da história viva do Morumbis: Zetti, Lugano, Cafu, Raí, Müller, Kaká… e, claro, Rogério Ceni, que um dia precisa voltar, não apenas como símbolo, mas como líder de uma nova era. As glórias do passado não podem permanecer apenas na memória. O São Paulo precisa reencontrar sua essência,para que o “Clube bem amado” volte a ser temido, respeitado e, acima de tudo, campeão.
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