Ser Corinthians nunca foi para quem gosta de calmaria. É amor que lateja, que grita, que sangra com a camisa no peito. Mas, nos últimos tempos, parece que o grito ficou entalado. Não porque faltou voz. A gente aprendeu desde de cedo a torcer com o coração na ponta da chuteira, com a alma encharcada de suor. Já choramos rebaixamento, já berramos por Libertadores, já fizemos da arquibancada nosso altar. Mas, agora é diferente. Não é o time que perdeu, é o clube que está sendo perdido.
Ver o Corinthians assim, vendido em prestações de promessas podres, sangrando nas mãos de quem jurou cuidar, é como assistir um amor se perder e não poder fazer nada além de assistir. É revolta misturada com tristeza. É sentir saudades de um tempo onde, mesmo quando perdia, o Corinthians ainda tinha honra.
A verdade é que a política comeu o futebol. A vaidade atropelou o escudo. E nós? Continuamos aqui. Porque ser Corinthians é isso. É ficar mesmo quando tudo desaba. Mas não sem reclamar, não sem cobrar. Porque amar o Corinthians acima de qualquer resultado, partida e jogador é também bater no peito e dizer: isso aqui não é terra de ninguém.
A Fiel merece mais. O Corinthians merece mais. E se tem uma coisa que a história já provou é que esse clube é maior que qualquer crise, qualquer presidente ou qualquer um que tente nos calar. Mas dói, viu? Dói porque amar o Corinthians é um ato de fé. E ultimamente, parece que estão testando demais essa fé. Mas vai passar.
Porque aqui, onde mora a loucura mais linda do futebol, a gente nunca desiste. Aqui é Corinthians. Aqui é na raça.
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