A juíza Ana Cristina Silva Mendes, da Quarta Vara Cível de Cuiabá, reafirmou nesta terça-feira (6) a suspensão da eleição para presidência da Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF). A decisão também anula a nova data divulgada para o pleito, marcada para esta sexta-feira (10). O descumprimento da ordem judicial pode gerar multa diária de R$ 10 mil — valor que já alcança R$ 60 mil e pode chegar a R$ 200 mil.
A ação foi movida pela Associação Camponovense Celeiro de Futebol, de Campo Novo do Parecis, que alegou irregularidades graves no processo eleitoral da entidade. Entre os pontos citados estão: exclusão indevida de clubes com direito a voto, ausência de prazo para impugnação de candidaturas, inelegibilidade do atual presidente Aron Dresch — que tenta a reeleição — e a condução unilateral do processo por uma comissão eleitoral sem respaldo estatutário.
Mesmo com a decisão anterior da Justiça suspendendo o processo, a comissão eleitoral da FMF tentou realizar a eleição no último sábado (3), o que resultou em tumulto e na anulação do pleito. Em nota, a entidade chegou a anunciar uma nova eleição consensual para o dia 10, mas a informação foi desmentida pela chapa opositora “Federação para Todos”.
Na nova decisão, a magistrada reforça que qualquer tentativa de manter o processo eleitoral em andamento representa afronta direta à Justiça. Ela determinou, ainda, a intimação pessoal de Aron Dresch, atual presidente da FMF, para que não interfira em nenhuma etapa da eleição, sob pena de responder por crime de desobediência, além de sanções penais e administrativas.
“Reitero a suspensão de todo e qualquer ato relativo ao processo eleitoral da FMF, inclusive da assembleia convocada para o dia 10 de maio”, afirma a juíza no despacho.
A crise institucional na Federação acontece em meio à disputa pelo comando do futebol mato-grossense para o próximo quadriênio. A expectativa agora é de que a Justiça defina os próximos passos para a regularização do processo.
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