O Cuiabá foi condenado pela Justiça a pagar R$ 38.860,33 ao Mixto, em ação que tramitava desde 2023 e envolvia a divisão da renda do clássico válido pela primeira rodada do Campeonato Mato-Grossense daquele ano. O prazo determinado pela justiça é até esta sexta-feira (26).
A decisão, proferida pelo juiz Gilberto Lopes Bussiki, da 9ª Vara Cível de Cuiabá, determinou ainda o pagamento de custas processuais e honorários advocatícios. Parte do valor, cerca de R$ 18,5 mil, já havia sido bloqueado judicialmente nas contas do Dourado em 2024, durante a fase inicial do processo.
O acordo descumprido
O impasse começou após um acordo entre os presidentes Cristiano Dresch (Cuiabá) e Dorileo Leal (Mixto). Ficou definido que a partida seria promovida em parceria, com ampla divulgação nos veículos do Grupo Gazeta, e que a renda líquida obtida com ingressos seria dividida igualmente entre os clubes.
O jogo, disputado na Arena Pantanal e vencido pelo Cuiabá por 4 a 1, teve público superior a 7,5 mil pessoas, renda bruta de R$ 117,3 mil e lucro líquido estimado em cerca de R$ 80 mil.
Porém, no dia seguinte ao confronto, Dresch apresentou uma planilha de despesas que reduziu drasticamente o valor a ser repassado ao Mixto. Entre os custos estavam gastos não relacionados diretamente à realização da partida, como buffet (R$ 5,6 mil), chope (R$ 2,2 mil) e decoração de camarote (R$ 800).
Contestação e frase polêmica
O Mixto alegou que esses gastos “inflaram” artificialmente as despesas do jogo, diminuindo a cota do Alvinegro. Ao questionar a planilha, Dorileo Leal teria recebido de Dresch a resposta ríspida: “Contente-se com o que sobrou!”.
A partir desse episódio, o Mixto ingressou na Justiça solicitando o pagamento de R$ 29,7 mil, valor correspondente à metade da renda líquida corrigida, após a exclusão das despesas contestadas.
Confira a planilha de gastos divulgada pelos clubes:

Trâmite judicial
Em maio de 2024, o juiz determinou o bloqueio de R$ 18,5 mil nas contas do Cuiabá por meio do sistema de Busca de Ativos do Poder judiciário, considerando que o não pagamento poderia agravar a já delicada situação financeira do Mixto. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) manteve a decisão meses depois.
Na sentença final divulgada nesta semana, o juiz acatou os argumentos do Mixto e condenou o Cuiabá a quitar o valor atualizado, que chegou a R$ 38,8 mil, incluindo juros, custas e honorários do advogado mixtense.
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