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Ídolo auriverde afirma que quase deixou o futebol após deixar o clube: “Cansaço psicológico é pesado”

Gil Gomes/AGIF

Discreto, tímido diante das câmeras e dono de uma trajetória construída na base da resistência, o goleiro Walter, hoje destaque do Mirassol no Brasileirão, abriu o coração em entrevista ao ge. Aos 36 anos, o ex-arqueiro do Cuiabá revelou bastidores da saída do Corinthians, a procura do São Paulo, a quase aposentadoria e um ponto que chamou a atenção: o peso emocional vivido durante quatro temporadas defendendo o Dourado, período que ele define como decisivo para sua transformação pessoal e profissional.

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Depois de oito anos como reserva de Cássio no Corinthians, Walter desembarcou em Cuiabá em 2020. A decisão, segundo ele, exigiu coragem e fé.

“Acho que foi Deus que me tocou naquele momento. Eu não ganhei nada a mais, não tinha nem um ano de contrato restante. Mas era hora de sair e procurar novos rumos”, relatou.

O goleiro lembrou que, ao chegar, o cenário era bem diferente do atual e que a estrutura de trabalho do clube ainda estava em fase de crescimento.


“Naquele tempo, a estrutura do Cuiabá era bem diferente; hoje é um dos clubes mais organizados do Brasil. Mas naquela época não foi fácil. Foram quatro anos de muita luta”, afirmou.

Mesmo assim, foi justamente essa realidade mais simples que reacendeu sua motivação.


“O Corinthians é como a ‘Disneylândia do futebol’. Quando você sai de lá e vai para o Cuiabá, dá um passo atrás em termos de estrutura e organização. Mas essa simplicidade faz as coisas voltarem a ter sentido. A simplicidade do Cuiabá me trouxe de volta ao futebol”, destacou.

Durante o período no Dourado, Walter disputou 203 partidas e foi peça importante na campanha que levou o clube à Copa Sul-Americana de 2022. Porém, o peso emocional de anos seguidos lutando contra o rebaixamento quase encerrou sua carreira.

“O cansaço psicológico no futebol é muito pesado, ainda mais depois de quatro anos seguidos brigando na parte de baixo da tabela. Cheguei a pensar em parar”, revelou.

A virada veio com a chegada ao Mirassol, clube que o acolheu num momento de incerteza. O goleiro, que inicialmente acreditava que apenas ajudaria o elenco, assumiu a titularidade e se transformou em um dos nomes da campanha surpreendente do time paulista.

Hoje, aposentadoria está fora dos planos.
“Ainda não. Agora não. Primeiro vamos terminar o campeonato e depois ver o que acontece”, garantiu.

Walter resume sua fase atual com uma palavra:
“Renascimento. Não tem outra. Pelo que vivi no ano passado e o que aconteceu este ano, foi um ressurgir na minha carreira.”

Escrito por
Maria Eduarda  Bonfim

Maria Eduarda Bonfim, tenho 22 anos, nasci em Cuiabá. Cresci em uma família movida a esporte do futebol à Fórmula 1, passando pelas corridas de rua e sempre estive ali, na beira dos gramados, vivendo cada lance desde criança. Comunicativa por natureza e leitora voraz, encontrei no jornalismo a junção perfeita entre minhas paixões: o esporte, os livros e o universo audiovisual. Minha missão? Contar histórias com emoção, intensidade e verdade, na esperança de conquistar mais um ou uma louca por esporte nesse mundo que pulsa adrenalina e paixão.

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