A derrota para o Bayern de Munique por 4 a 2, neste domingo (29), nas oitavas da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, evidenciou que, em nível mundial, erros não são permitidos.
Antes de mais nada, devemos deixar claro: não existe uma caça às bruxas. Erros acontecem e fazem parte do futebol — e do esporte em geral. É claro que você não pode contar com eles, mas eles acontecem e vão continuar acontecendo, porque somos humanos acima de tudo.
Essa derrota do Flamengo — não vou dizer que era aguardada, mas sim esperada — mesmo sendo o torcedor mais otimista do mundo, quando o confronto entre Bayern de Munique e Flamengo foi definido, a ideia geral foi: “Uma fase de grupos tão boa, para jogar logo contra o Bayern? Que sorte!”
É evidente que, mesmo sendo o maior campeão do futebol alemão e um dos cinco maiores times do futebol mundial, o Bayern perdeu para o Benfica na última rodada da fase de grupos, em um confronto direto pela liderança, e amargou uma segunda colocação. Ninguém diminuiu o tamanho do time, mas o pensamento foi: “Dá pra ganhar. Se for na raça, e não ERRAR, dá pra ganhar.”
Pois bem, voltamos ao título deste artigo: Erros em nível mundial custam caro. O time da Gávea vinha sendo apontado por muitos como o melhor brasileiro da competição, muito por conta da escolha do seu treinador, Filipe Luís, de não mudar o estilo de jogo do time, independentemente do adversário.
Só que não adianta ter a melhor tática do mundo, os melhores jogadores da América do Sul, ser o time mais rico do país, se, quando testado em nível mundial — com literalmente todos os olhares do planeta bola voltados a você — comete erros, no mínimo, evitáveis.
Os primeiros 10 minutos de jogo foram algo amedrontador. Basicamente, o Flamengo já começou a partida perdendo por 2 a 0, e isso, contra o Bayern de Munique, nunca vai ser perdoado. Um gol contra em um escanteio e espaço suficiente para Harry Kane dominar e chutar no canto esquerdo de Rossi são coisas que, se você quiser ganhar do Bayern, não podem acontecer.
O torcedor viu aquilo que já era difícil se tornar uma missão impossível. Mesmo com a pancada de Gerson (que vai para o Zenit, diga-se de passagem), que quase furou as redes defendidas por Manuel Neuer, o torcedor pouco pôde acreditar em uma reviravolta. Isso porque, antes do fim do primeiro tempo, após mais um erro de posicionamento defensivo do time rubro-negro, Leon Goretzka mandou uma pancada indefensável de fora da área, novamente vencendo Rossi, que pouco pôde fazer.
Indo para o segundo tempo, era evidente que o time rubro-negro tentaria algo diferente — e assim o fez. Conseguiu um pênalti, após Arrascaeta, que fez uma péssima partida, cruzar a bola para a grande área depois de um escanteio curto, e ela bater na mão de Olise. Jorginho, recém-chegado ao clube, cobrou com maestria e converteu. Arrisco dizer que houve, sim, um momento de “Vamos que ainda dá”.
Mas é aquela coisa: ERRAR custa caro. O time estava jogando bem, tentando chegar ao empate. O 3 a 2 era, sim, um placar justo. Mas, novamente — se me permitem o pleonasmo — errar custa caro.
O Bayern pressionou o Flamengo o jogo todo. Nem um minuto de descanso. Tentava induzir o erro do time brasileiro, que teve mais posse de bola, mas um ERRO, em nível mundial, pôs ponto final à esperança do torcedor que acredita até o fim — tal qual uma certa final em Lima, em 2019 (dá um Google).
Em uma tentativa falha de sair driblando desde o campo de defesa, o Flamengo viu o Bayern recuperar a bola, que caiu novamente nos pés daquele que talvez seja o centroavante mais preciso do futebol mundial: o “Furacão” Harry Kane, que fuzilou mais uma vez para o fundo das redes, em outra finalização indefensável para Rossi.
Como dito no início deste texto, não existe uma caça às bruxas. Mas esse jogo deixa bem claro, para todos que sonham em estar no topo do mundo do futebol: erros em nível mundial custam caro — o Flamengo é a prova disso.
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