No Mato-grossense masculino sub-13, além das disputas entre os clubes e todas as histórias que se formam neste ambiente, uma delas tem chamado a atenção. Melissa Oliveira Barreto, uma jovem atacante, disputou o campeonato pelo Cacerense, sendo a única menina inscrita na competição estadual masculina. Ela surgiu no futsal, brilhou em campeonatos escolares e regionais, conquistou títulos, virou artilheira e hoje representa uma exceção forçada pela realidade brasileira: a falta de equipes femininas de base que obriga meninas a buscarem espaço entre os meninos.
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A ascensão
Melissa iniciou no futsal no começo do ano, mas bastaram poucos meses para que seu nome se espalhasse em Mato Grosso. Técnica apurada, finalização forte e facilidade para decidir jogos chamaram atenção já nos Jogos Escolares, onde se destacou e passou a ser observada pelas comissões de várias equipes.
“O meu início nas quadras começou na escola. Jogava campeonatos como regionais, estaduais e escolares. E em todos esses campeonatos que joguei, eu sempre me destacava” Afirma Melissa.
“Recebi algumas propostas para jogar campeonatos muito bons e em times melhores também”
Após todo destaque em campeonatos escolares e locais, a jovem jogadora recebeu diversas propostas para representar outros times. Agora em dezembro, Melissa disputará por Várzea Grande a Copa Mundo(futsal), em Foz do Iguaçu.
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Os primeiros feitos da atleta
- Destaque nos Jogos Escolares
- Brilho também no regional, enfrentando equipes mais experientes
- Convocação pela Seleção de VG para uma competição em Sinop
- Título da Copa M.M.
- Título do Estadual Feminino de Futsal representando Várzea Grande
Transição rápida: do futsal para o campo
“Eu já treinava no campo com o meu irmão, porque ele também é jogador de futebol. E a gente fazia um treininho no final de semana com o meu pai” diz Melissa sobre a transição para os gramados.
A atleta também migrou rapidamente para o campo, onde precisou enfrentar outra realidade: falta de equipes femininas de base, especialmente na categoria Sub-13. Assim, foi integrada ao elenco masculino do Cacerense, sendo titular em alguns jogos.
“Eu gosto muito de futsal também, mas eu também gosto muito do gramado.” deixando claro sua preferência pelos campos.
Apesar do desafio físico natural da categoria, sua técnica sobressaiu. Ela não apenas acompanhou o ritmo dos meninos como se destacou entre eles. Única atleta feminina do Estadual Sub-13.
“Jogar no Sub-13 para mim foi uma experiência muito boa, uma experiência muito legal, porque foi algo que me proporcionou aprendizados maiores com o campo” afirma Melissa
A atleta também relata a dificuldade que encontrou ao jogar com meninos, mas destaca que usou o talento para driblar essa adversidade.
Mas em meio a isso, eu tive uma dificuldade que foi a força, pois, querendo ou não, os meninos eram mais fortes que eu, mas com a bola no pé não tive problema e nem dificuldade alguma, tenho velocidade, inteligência e foco também.
Onde estão os times femininos?
O caso de Melissa chama atenção não apenas pelo talento individual, mas por levantar uma pergunta que se repete em todo o Brasil: por que muitos clubes ainda não tem categorias femininas de base?
Enquanto países como Espanha, Inglaterra e Estados Unidos têm competições femininas estruturadas desde o Sub-10, o Brasil ainda caminha lentamente. Em Mato Grosso, a situação não é diferente, a maioria dos clubes não tem equipes femininas na base, obrigando meninas como Melissa a buscarem espaço onde der, muitas vezes entre meninos.
O resultado é que atletas promissoras, em pleno desenvolvimento físico e técnico, ficam sem calendário, sem continuidade e sem acompanhamento adequado.
Próximos passos de Melissa
A jovem ainda tem muitos campeonatos pela frente, seja na quadra ou nos gramados, Melissa sabe que o precisa para chegar lá.
“Eu creio que os próximos passos vão ser para evoluir mais, crescer cada vez mais e em tudo que eu possa fazer, faça com foco e disciplina, para que um dia o sonho se torne realidade” destaca a jovem.
Sonho este que ela não carrega sozinha, e faz questão de lembrar e deixar claro sua gratidão a cada um que apoia e incentiva a chegar onde ela quiser:
“Isso só aconteceu na minha vida por conta de Deus. Sem Ele, nada disso teria acontecido. também pela minha família, que sempre me apoiou, sempre topou os desafios da vida comigo… e os profissionais também que me deram uma chance de mostrar quem eu sou. Muito obrigada a todos.”
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