Em um jogo histórico, a Seleção Brasileira venceu a Colômbia nos pênaltis por 4 a 3 e conquistou a Copa América pela 9ª vez. O que se viu no campo do Rodrigo Paz Delgado foram as razões desta ser a maior rivalidade do futebol feminino sulamericano: um empate em 4 a 4 e duas seleções que pareciam se recusar a perder.
Entre as heroínas da conquista brasileira, a primeira de Arthur Elias na Seleção, Marta, autora de dois gols na final e melhor jogadora do torneio, e Lorena, com dois pênaltis defendidos, simbolizam o poderio ofensivo e a solidez defensiva que dá a hegemonia ao Brasil. Amanda Gutierres, artilheira da competição, e Angelina também marcaram no tempo regulamentar.
Não é à toa que a Copa América de 2025 teve em sua final a reedição da de 2022: Brasil e Colômbia há algum tempo aparecem um patamar acima das rivais sul-americanas. E a rivalidade, que já tinha aparecido no empate sem gols que fechou a fase de grupos, logo apareceu na final, que começou em ritmo acelerado como o da altitude de Quito.
As duas seleções alternavam momentos de superioridade no início da partida, com chances de ambos os lados, mas quem chegou primeiro ao gol foi a Colômbia. O Brasil estava no ataque e a árbitra ignorou uma falta clara em Kerolin, deixando a bola livre para a Colômbia contra atacar. O time colombiano lançou na área e a bola sobrou para Izquierdo, que passou para Ramírez e dela para Caicedo chutar e abrir o placar.
Com 1 a 0 no placar, as colombianas lançaram mão do expediente de provocações e entradas mais duras contra as brasileiras. Arthur Elias não esperou o intervalo para fazer as primeiras mudanças: botou Isa Haas na vaga de Fê Palermo e Amanda Gutierres na de Dudinha para dar mais experiência e pegada à equipe.
Aos poucos o Brasil retomou o controle do jogo e passou a dominar as ações ofensivas. Até que em uma disputa de bola na área colombiana, Gio e Carabalí caíram juntas. A colombiana se descontrolou e desferiu uma cabeçada no rosto da camisa 11 da Seleção.
A árbitra foi chamada ao VAR, onde viu a penalidade, mas não a agressão e puniu a colombiana apenas com o amarelo. Na cobrança, a capitã Angelina calmamente bateu no ângulo de Tapia e igualou tudo.
Segundo Tempo
A Seleção por pouco não virou o placar no primeiro lance do segundo tempo, com Gio. O Brasil tinha o controle do jogo, quando em uma bola dominada na defesa, Tarciane tentou o recuo justamente quando Lorena saía do gol. O toque enganou a goleira e entrou contra a própria meta.
Sem tempo para se abater, o Brasil se reequilibrou e voltou ao ataque. Com a referência na área, Gio cruzou pela direita e encontrou Amanda Gutierres. Como uma autêntica camisa 9, ela dominou no peito deixando a bola à feição para bater cruzado e empatar. Um golaço da centroavante.
Mas a Colômbia devolveu. No meio de campo, Ramírez tocou de calcanhar para Caicedo. A atacante partiu para o ataque tendo apenas Isa Haas à sua frente. A colombiana gingou e esperou a hora certa para devolver para Ramírez, que bateu na saída de Lorena e recolocou a Colômbia à frente aos 44 do segundo tempo.
O gosto da primeira vitória sobre a Seleção e a primeira conquista continental já estava na boca das colombianas, que faziam a cera que podiam, ansiosas pelo apito final. Mas aos 51 minutos, em um lance mal afastado pela defesa, a bola procurou a maior de todas: Marta, que bateu de primeira, num bate-pronto de fora da área que encontrou o ângulo de Tapia. Um dos mais belos gols da carreira da Rainha, que levou a final para a prorrogação.
Prorrogação
Quanto mais o jogo passava, mais o cansaço demandava controle emocional das jogadoras. E vendo a energia das colombianas diminuir, o Brasil ditou o ritmo da prorrogação e teve calma para achar o espaço – e muita inteligência. Angelina lançou Marta na área, que, ao ver que não conseguiria cabecear, ajustou o corpo para empurrar a bola para o gol com o pé direito, surpreendendo Tapia.
Foi a primeira vez que o Brasil esteve a frente no placar. Porém, a Colômbia não se rendeu. Caicedo teve um contra-ataque interrompido com falta de Isa Haas. Na cobrança, Leicy Santos teve calma e categoria para bater no ângulo, sem chances para Lorena. A decisão foi para a marca da cal.
Pênaltis
A decisão por pênaltis teve reviravoltas como a partida. Tarciane cobrou e colocou o Brasil na frente, mas Usme empatou. Na segunda Rodada, Tapia defendeu o de Angelina e Restrepo virou para a Colômbia. Amanda Gutierres fez o seu, e Paví isolou, empatando em 2 a 2. Mariza recolocou o Brasil na frente, abrindo caminho para Lorena brilhar e defender a cobrança de Leicy Santos. Marta levou a bola à cal para fechar o jogo, mas Tapia defendeu; Caicedo empatou em seguida.
Jhonson, com muita categoria, e Bonilla converteram a primeira rodada de cobranças alternadas. Na segunda, Luany fez e Lorena agarrou o pênalti de Carabalí – e junto a nona Copa América do Brasil.
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