A camisa azul e amarela voltará a vestir um velho conhecido. Nesta quinta-feira (29), o Rosario Central oficializou o retorno de Ángel Di María, 37 anos, ao clube que o revelou para o futebol. Com um vídeo simples e emocionante, o clube anunciou: “Bem-vindo, Ángel, estávamos te esperando.”
O presidente do clube, Gonzalo Belloso, foi peça central na negociação. Ex-jogador e companheiro de Di María nos seus primeiros passos como profissional, Belloso hoje assina o contrato que sela um ciclo comovente no futebol.
Di María, que atualmente está com o Benfica e disputará o Mundial de Clubes antes de se apresentar ao Rosario, retorna ao lugar onde tudo começou. A cidade que o viu crescer de um menino para um ídolo, campeão olímpico, campeão da América e campeão do mundo com a seleção argentina. Um filho que depois de conquistar o mundo volta para casa.
Medo, silêncio e coragem
O retorno de Di María era esperado desde 2024, mas foi adiado por um motivo sombrio: ameaças. Não eram boatos. Eram cartas, balas e violência real. Uma cabeça de porco foi deixada em uma imobiliária da família, com a mensagem de que a próxima poderia ser a de sua filha, Pia. Houve também disparos em um posto de gasolina. Era um terror que mirava a alma de um pai, não apenas a de um jogador.
“Não são apenas ‘cartinhas’, houve tiros e coisas graves”, declarou Di María ao canal Rosario3, revelando que o medo o fez recuar no passado. As ameaças teriam vindo de facções organizadas ligadas ao Newell ‘s Old Boys, arquirrival do Rosario.
Mesmo assim, ele voltou. Porque amor também é coragem.
Uma história que recomeça
Antes de desbravar a Europa e conquistar o mundo com passes precisos e gols decisivos, Di María foi menino no Rosario Central. Foram 39 jogos e seis gols no começo de tudo. O bastante para que sua essência carregasse para sempre o cheiro da grama do Gigante de Arroyito, o grito das arquibancadas locais e a pulsação de um clube que representa mais que futebol: representa pertencimento.
Ele passou por Benfica, Real Madrid, Manchester United, PSG e Juventus. Brilhou em finais, se emocionou em Copas. Mas sempre carregava o Central no peito. E agora, volta com cicatrizes, medalhas e lágrimas para mais do que encerrar uma carreira: para celebrar suas origens.
Di María volta como símbolo. De resistência, de afeto, de retorno. Um craque que escolhe o fim onde tudo começou. E se há algo que o futebol nos ensina é que casa não é onde estamos, mas onde nosso coração pertence.
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