O atacante Alexandre Jesus, do Botafogo-SP, denunciou ter sido vítima de racismo durante a partida contra o Cuiabá, válida por mais uma rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, disputada neste sábado (30), na Arena Pantanal, em Cuiabá (MT). Segundo o jogador, um volante do time mato-grossense o chamou de “macaco” em campo, motivando revolta e indignação. O caso ainda não foi formalizado na delegacia, mas a denúncia foi relatada na súmula oficial pelo árbitro do jogo.
COMO ACONTECEU
A acusação ocorreu ao fim do primeiro tempo da partida, em meio a uma confusão entre os jogaroes de ambas as equipes, gerada após o atacante do time paulista ter confrontado o volante do cuiabá. Alexandre Jesus disse aos jogadores e ao árbitro Lucas Casagrande: ”Ele me chamou de macaco”. Os dois envolvidos foram direto para o vestiário após a discussão, nenhum deles falou com a imprensa. O àrbitro e os delegados da partida teriam ido ao VAR, mas não foram encontradas imagens da ofensa, nem mesmo nas imagens da transmissão.

Denilson usou as redes sociais ainda na noite de ontem para negar a acusação e repudiar qualquer atitude racista. “Venho aqui deixar claro que não xinguei ninguém durante o jogo. Sou negro, nordestino e filho de família simples. Repudio e não compactuo com qualquer tipo de preconceito ou discriminação. Sou também um ativista contra o racismo. Enfim, sigo focado em ajudar minha equipe em busca dos nossos melhores objetivos!”, escreveu.
NOTA OFICIAL DO BOTAFOGO-SP:
PROTOCOLO ANTIRRACISMO
O protocolo antirracismo da FIFA é um conjunto de medidas para combater o racismo em partidas de futebol, estabelecendo três etapas para lidar com incidentes de discriminação racial. O protocolo inclui um gesto padronizado, em que jogadores ou árbitros cruzam os braços na altura dos punhos com as palmas das mãos abertas, indicando uma denúncia de racismo.
Criado após o Caso Vini jr. que ocorreu em maio de 2023 no confronto entre Valencia e Real Madrid, no estádio Mestalla, casa do Valencia. Onde o jogo foi paralisado aos 24 minutos do segundo tempo, quando torcedores do time mandante insultavam Vini, o chamando de “mono” (macaco, em espanhol). Porém, o protocolo acabou não sendo acionado no Caso Luighi, atacante do Palmeiras, que deixou o campo chorando após ser alvo de ofensas racistas vindas da torcida do Cerro Porteño. A partida entre as equipes ocorreu em março deste ano, no Paraguai, pela Taça Conmebol Libertadores Sub-20.

Foto: Conmebol/Reprodução
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