A eleição para presidência da Federação Mato-grossense de Futebol(FMF), marcada para o dia 2 de dezembro, virou um cenário de confronto jurídico e político, com as duas candidaturas, Dorileo Leal e Diogo Pecora, alvo de denúncias e pedidos de impugnação que podem alterar completamente o andamento do pleito. As chapas foram registradas no último sábado (22), mas ambas correm risco de serem barradas por decisões judiciais e administrativas.
No centro da crise está uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do Estado, que pode impedir a candidatura de Dorileo Leal. O MP atribui a ele participação em suposto esquema de pagamento de vantagem indevida ao Grupo Gazeta de Comunicação, relacionado a dívidas eleitorais do então governador Silval Barbosa, em 2014. De acordo com a investigação:
Segundo o MP, houve:
- desvio de R$ 1,516 milhão da Secretaria de Comunicação
- emissão de notas fiscais sem prestação de serviço
- entrega de imóveis oriundos de propina
- suposta simulação de permuta para ocultar origem dos bens
- emissão de 18 notas frias pela empresa A Gazeta Ltda, somando R$ 3,29 milhões
Caso condenado em segundo grau, Dorileo se tornaria inelegível para qualquer direção esportiva, conforme prevê a Lei Geral do Esporte, impedindo sua candidatura.
Onde começa a troca de farpas
As denúncias se tornaram munição direta entre as chapas, que passaram a se atacar formalmente e publicamente.
Denúncia de Pecora contra Dorileo
O advogado Diogo Pecora protocolou pedido de impugnação da chapa “Federação para Todos”, citando:
- duas ações de improbidade contra Dorileo Leal
- suposto envolvimento em esquema de desvio da Secom
- irregularidades em pregões de 2011 e 2012
- notas fiscais frias
- superfaturamento na Assembleia Legislativa
- recebimentos antecipados sem prestação de serviço
Segundo a petição, Dorileo teria se beneficiado diretamente do desvio de verbas públicas.
Denúncia de Dorileo contra Pecora
Em resposta, Dorileo Leal acionou a comissão eleitoral pedindo a impugnação da chapa adversária, alegando:
- incompatibilidade de cargos
- irregularidade no registro
- conflito de interesses do vice Francisco Mendes, ligado à CBF
- quebra do Código Brasileiro de Justiça Desportiva
- falta de renúncia de Pecora ao cargo de presidente do TJD-MT
Para Leal, Pecora não poderia disputar a eleição mantendo o cargo no Tribunal Desportivo, ainda que afastado, pois a lei exige renúncia e não apenas impedimento provisório.
As chapas inscritas
Chapa “Unidos pelo Avanço do Futebol de MT” – Diogo Pecora
Apoio da maioria dos clubes e ligas aptos
Vice-presidentes:
- Bruno Manfio (Primavera)
- Antonio José de Gois
- Francisco Mendes
- Márcio Paes da Silva Lacerda (Cáceres)
Chapa “Federação para Todos” – Dorileo Leal
8 assinaturas de apoio
Vice-presidentes:
- Geandre Bucair (Dom Bosco)
- Leomar Lauxen (Nova Mutum)
- Reydner Souza (ex-União)
- Algacyr Junior











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