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Corinthians não supera Huracán e dá adeus à Sul-Americana

Conmebol

Foi numa noite fria em Buenos Aires que o Corinthians viveu mais um daqueles capítulos que o torcedor tenta esquecer, mas que a memória insiste em guardar. No velho e barulhento El Palacio, o Timão entrou em campo precisando de pouco. Bastava um empate. Um mísero empate contra o time reserva do Huracán, e a sorte com outros resultados. Mas o futebol, esse velho carrasco de vaidades, mostrou de novo que camisa não ganha jogo e que o peso da tradição, às vezes, não assusta nem a brisa argentina.

O gol de Watson logo no início do segundo tempo foi como um sopro gelado na espinha dos corinthianos. Não só pelo placar em si, mas pelo simbolismo: o time precisava reagir, mas parecia travado, amarrado por suas próprias limitações. O Huracán tocava a bola como se fizesse um balé em casa. “Olé”, gritava a torcida adversária. E do outro lado, um time alvinegro que já não assustava ninguém.

A eliminação doeu. Mas o que mais machucou foi a forma. Não foi uma queda honrada, como aquelas em que o time luta até o fim, perde nos detalhes e deixa a alma em campo. Foi uma eliminação sem sangue nos olhos, sem garra, sem alma. Uma derrota insossa, que resume bem o que tem sido o Corinthians em tempos recentes: um gigante que cambaleia.

Dorival Júnior, que chegou com a promessa de reorganizar o caos, tem sido contestado como quem promete um banquete e entrega um prato frio. Suas escolhas foram questionadas até o apito final, e sua leitura de jogo parece ter ficado em alguma prancheta da década passada. Memphis, recém-recuperado, parecia ainda preso a outra dimensão. Romero? Longe, muito longe do paraguaio brigador de outrora. E Talles Magno… talvez nem entenda ainda onde se meteu.

A torcida, essa sim, fez sua parte. Mesmo à distância, não poupou críticas. Em grupos de WhatsApp, nas redes sociais, nas mesas de bar e nas caixas de comentários, a Fiel soltou sua fúria. Uma fúria justa. Porque o Corinthians pode até perder, e o futebol aceita a derrota como parte do jogo, mas não pode perder a sua essência: a luta, a entrega, a raça.

Hoje, o Corinthians é só um reflexo do que foi. Um clube grande vivendo uma fase pequena. Uma sombra em campo de uma história que já brilhou intensamente na América. Em 2012, foi campeão invicto da Libertadores. Em 2025, eliminado na fase de grupos da Sul-Americana, por um time misto do Huracán.

No domingo tem Brasileirão. O Vitória vem aí. A bola vai rolar de novo. Porque o futebol tem disso: sempre dá mais uma chance. Mas até quando o torcedor vai acreditar que o amanhã pode ser melhor?

É o Corinthians. E o Corinthians não é para os fracos. Mas até os fortes, quando são feridos tantas vezes, sangram.

E sangrar… o Corinthians sangrou em Buenos Aires.

E o Timão, ah, o Timão precisa voltar a ser digno de quem nunca o abandona.

Escrito por
Duda Alcântara

Maria Eduarda Alcântara (Duda Alcântara) nasceu no interior de Rondônia, em meio a uma família apaixonada por modalidades esportivas e times de futebol, o que fez com que crescesse amando o esporte. Tudo mudou quando deixou sua zona de conforto e se mudou para a capital de Mato Grosso, decidindo cursar Jornalismo com o objetivo de trabalhar e se desenvolver na área esportiva. Atualmente cursando os últimos semestres na Universidade Federal de Mato Grosso, Duda já viveu grandes experiências no jornalismo esportivo, especialmente com o futebol. Aos 21 anos, acumulou coberturas como Eliminatórias da Copa do Mundo, Libertadores da América, Sul-Americana, Copa do Brasil, Brasileirão Séries A, B e D, Brasileirão Feminino A2 e A3, Campeonato Mato-Grossense, categorias de base, além de ginástica rítmica, Stock Car, atletismo, jogos universitários e diversos outros eventos esportivos. Duda sonha em seguir nesse ritmo e ir cada vez mais longe, levando dedicação e paixão em tudo o que faz. Além de amar o esporte, acredita profundamente nos benefícios que ele pode trazer para as pessoas e para as causas sociais.

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