A zagueira Tânia Maranhão, de 50 anos, referência do futebol feminino brasileiro, foi surpreendida nesta semana com seu desligamento do Ação SAF, equipe pela qual vinha se destacando na campanha do Campeonato Brasileiro Feminino Série A2. A demissão também atingiu as atletas Rayssa Wenceslau, de 20 anos, e Izadora Lopes, de 24.
Segundo a assessoria jurídica de Tânia, representada pelo advogado Higor Maffei Bellini, mestre em direito desportivo, o desligamento ocorreu sem qualquer aviso prévio — nem jurídico nem por comunicado interno. “Ela foi chamada para uma conversa e, nessa conversa, recebeu a notícia. O problema é que foi um desligamento sem qualquer razão jurídica ou fática, já que ela estava apenas assistindo a um jogo do futebol amador em seu dia de folga. Ninguém pode impedir uma pessoa maior de idade de ir a uma partida, mesmo que seja de outra equipe”, afirmou Bellini.
Ainda de acordo com ele, no dia, Tânia estava em sua folga, momento em que todas as obrigações contratuais ficam suspensas. “Ou seja, ela não tem de ficar à disposição do clube no alojamento. Pode visitar os amigos onde quiser, inclusive ir ao estádio ver o jogo delas. As pessoas precisam entender que os atletas são pessoas que têm vida além do gramado”, reforçou.
Em contato com o ge, a diretoria do Ação informou que as atletas desligadas teriam se envolvido com o futebol amador da região, mas não detalhou a situação.
Para Bellini, o que mais pesou não foi apenas a decisão, mas a forma como ela foi conduzida. “O clube não precisava ter tratado o desligamento das atletas dessa maneira, sem consideração pela história delas, sem permitir um diálogo. Tânia tem muito carinho e respeito pelo Ação, pela história que construiu ali. Ela jamais faria algo para manchar sua passagem e, por isso, ficou chateada com a forma como tudo aconteceu”, disse.
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